Muitos dos melhores pescadores dos circuitos/provas Portugal Bass Trail tomam decisões com base num estudo prévio do dia do torneio. Todo o bom desportista estuda a sua abordagem ao dia em que vai competir. Se conseguir conciliar treinos com todo esse estudo melhor ainda! Toda esta informação vai gerar conflitos de pensamentos, decisões a tomar e esperanças que podem ou não dar resultados!
Como estudar para uma prova de pesca?! Há várias possibilidades e como o texto não é propriamente sobre isso, vamos apenas referir os seguintes:
– Definir a época do ano em que nos encontramos e os padrões habituais do achigã que deverão ser uma referência base para a sua pesca;
– Vídeos de pesca enquadrados com a altura do ano e tipo de massa de água; Fish the Moment tem vídeos muito interessantes
– Tipo de alimentação que o achigã tem na massa de água;
– Tentar descobrir no Google Earth locais escondidos através da ferramenta histórico;
– No caso de podermos ter acesso a sondas, pesquisar na web ferramentas como o navionics ou c-map;
– etc, etc, etc…
Depois de tudo preparado chega o dia da competição e tudo o que colocamos em tempo de preparação tem de passar para a prática durante o dia! Agora é que entra a dificuldade de lidar com:
– Estado do tempo;
– Temperatura da água;
– Barulhos inerentes à maior quantidade de pescadores concentrados no mesmo dia;
– Locais de pesca que já foram ocupados;
– Contra-relógio (horário de prova);
– Peixe ferrado e de seguida desferrado;
– Ausência de toques ou de atividade de peixe;
– Frustações e ansiedades a aumentar;
– Etc, etc, etc…
Nesta altura, quando tudo parece correr mal, os melhores sobressaiem-se! A sua adaptação aos fatores externos ou até aos maus resultados que está a ter ao contrário do que todo o seu estudo prévio lhe levou a fazer, levam-no a tomar decisões que outros muitas vezes não tomam!
Mas nem tudo são rosas e quando tentamos mudar a abordagem e mudamos de área e os resultados continuam sem aparecer?! O que fazer? Aguns descobrem a fórmula mágica! Outros não!
E quando localizamos peixe mas não os conseguimos capturar?! O que fazer? Alguns descobrem a fórmula mágica! Outros não!
Basta um pequeno instincto (que alguns chamam sorte) para fazer toda a diferença! Os bons pescadores não mudam de localização ou abordagem só porque sim, mas porque algo faz sentido para eles. Quando alguém muda da pesca de superfície para texas é porque quer saber algo novo sobre o local. Quando alguém deixa de pescar zonas de arvoredo e vai pescar em zonas abertas, é porque algo requer atenção! E é isto, entre outras coisas, que pode fazer a diferença num dia de pesca rentável ou não!
A maioria das vezes para descobrirmos o achigã passamos por um processo de eliminação. Os treinos servem mais para descobrir onde não há peixe do que própriamente para picar e alertar os peixes. Será que estão mais na zona do paredão?! Nos afluentes?! Na massa de água principal na boca dos afluentes?! Em ervas?! Em paus?! Pedra talvez?! Água baixa ou águas mais fundas?! Tanta decisão a ter que num dia normal de pesca o pescador comum muitas vezes nem se apercebe e quando analisa uma prova e os resultados parece fácil o sucesso ou insucesso de alguns!
Outro fator de decisão num torneio é, quero ganhar a prova ou apenas pontuar? Arrisco a fazer um mau resultado mas procuro um peixe grande ou faço o limite e garanto a minha boa classificação mas sem vitória? Algo mais em que pensar porque ambas as abordagens estão corretas na sua altura certa!
Depois de tudo isto ainda resta dizer que, apesar de toda a capacidade do pescador, estamos a competir contra um ser vivo que muitas vezes nos dá a volta e por muito bons pescadores que sejamos, não conseguimos decifrar o segredo do dia!
Todas as massas de água escolhidas para os nossos torneios têm capacidade de produzir peixe com a medida mínima de 27 cm! Vamos procurá-los?! Será que chega para vencer, ou temos de encontrar maior?!…
